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Cientistas japoneses querem perfurar a Terra até atingir o manto terrestre


Um grupo de investigadores de vários países, liderado pela Agência Japonesa para a Ciência e Tecnologia Marítimo-Terrestre – JAMSTEC, declarou nesta semana que pretende ser o primeiro a perfurar o manto da Terra, informa o jornal The Japan News.
Os cientistas explicaram que “esperam descobrir informações sobre a formação da Terra e da crosta terrestre”. Os trabalhos estão agendados para o início de 2020 e vão envolver o navio científico de perfuração japonês Chikyu.
Segundo o The Japan News, a Agência Japonesa para a Ciência e Tecnologia Marítimo-Terrestre conduzirá um estudo preliminar nas águas do Havaí. Além disso, vão estudar algumas zonas do México e Costa Rica.
O manto representa mais de 80% da massa total da Terra e fica 10 km abaixo do fundo do oceano. “Será necessário usar soluções técnicas capazes de resistir às altas temperaturas, que excedem 250 °C”.
Ao mesmo tempo, será requerido um sistema de apoio logístico para permanecer no sítio de perfuração durante todo o período”, explicam os cientistas do grupo.


“Os avanços tecnológicos beneficiarão sem dúvida o Japão, a Terra e a ciência“, acrescenta a agência.
“A criação de um tubo leve e resistente para perfurar 6 km abaixo do mar sempre foi um desafio”, disse a JAMSTEC”.
“No entanto, “a perfuração é agora possível do ponto de vista técnico, em parte graças ao surgimento de novos materiais”, acrescenta.
“Outro problema é o custo”, diz Susumu Umino, professor da Universidade de Kanazawa e especialista em petrologia.
Os pesquisadores estimam que o orçamento para este projeto será de 60 bilhões de ienes – cerca de 1,7 bilhões de reais.
manto é a camada da estrutura da Terra (e dos outros planetas de composição similar) que fica diretamente abaixo da crusta, prolongando-se em profundidade até ao limite exterior do núcleo.
O manto terrestre estende-se desde cerca de 30 km de profundidade (podendo ser bastante menos nas zonas oceânicas) até aos 2 900 km abaixo da superfície (transição para o núcleo). A pressão na parte inferior do manto atinge mais de 140 GPa (equivalente a 1 400 000 atmosferas).
O manto difere da crosta pelas suas características de composição química e de comportamento mecânico, que se traduzem numa alteração súbita nas propriedades físicas dos materiais.
Esta alteração súbita ficou conhecida por descontinuidade de Mohorovičić, ou simplesmente Moho, em homenagem a Andrija Mohorovičić, o geofísico que a descobriu. A descontinuidade de Mohorovičić marca a fronteira entre a crosta e o manto.
Depois de nos anos de 1970-80 ter sido abandonado o projecto Mohole, que pretendia fazer uma perfuração que atingisse a descontinuidade de Mohorovičić, estava prevista para 2007 nova tentativa – desta vez utilizando o navio japonês Chikyu, que tentou sem sucesso perfurar 7000 metros na crusta oceânica.

O mesmo Chikyu terá agora uma nova oportunidade de perfurar a crusta terrestre, indo audaciosamente onde nenhum homem jamais esteve.
The Japan News

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